MARATONA DE CARTAS 2016 (1)



A Maratona de Cartas é o maior evento global de direitos humanos organizado anualmente pela Amnistia Internacional, no âmbito da data simbólica de 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Durante esta campanha, milhares de pessoas por todo o mundo são convidadas a assinar ou a escrever cartas em defesa de indivíduos ou comunidades em risco. Desta forma, no início de janeiro, todos os apelos recolhidos são enviados para as entidades competentes dos países a que se destinam. 

Em 2015, foi conseguido o impressionante número de 3,7 milhões de cartas, mensagens, postais, emails, tweets, entre outras ações, enviados para os responsáveis pelos casos escolhidos a nível internacional. E resultou! Ao longo de 2016, alguns dos casos da Maratona conheceram desfechos felizes, como consequência das milhares de chamadas de atenção que receberam através da Maratona de Cartas. Temos como exemplo a libertação de Albert Woodfox, colocado em cela solitária onde, injustamente, passou 44 anos da sua vida, a libertação de Phyoe Phyoe Aung, uma representante de uma associação de estudantes em Myanmar, a libertação de Yecenia Armenta, no México, detida arbitrariamente e submetida a tortura para extração de uma confissão. Um pequeno contributo para que estes finais felizes ocorressem foi dado pela nossa escola, pois, ao contrário da generalidade das pessoas, pensamos que uma pequena acção pode fazer a diferença.


Este ano, a Amnistia Internacional focou-se em quatro casos:

  • Annie Alfred (do Malawi) - Annie nasceu com albinismo. No Malawi, acredita-se que o corpo destas pessoas tem poderes mágicos, pelo que elas são perseguidas e mortas por se crer que a posse de partes do seu corpo traz riqueza e boa-sorte. O comércio macabro de partes de corpos de albinos é também alimentado pela convicção de que os ossos destas pessoas contêm ouro. Vamos exigir que o Malawi proteja as pessoas com albinismo de homicídio. 
  • Edward Snowden (E.U.A.) - Snowden potenciou um movimento global de defesa da privacidade na era digital, ao divulgar um conjunto de informações sobre a existência de um sistema de vigilância global autorizado pelos Governos. Pela primeira vez em 40 anos, os E.U.A. aprovaram leis para controlar a vigilância governamental, e várias empresas dedicam-se agora muito mais à proteção da nossa informação pessoal. Vamos apelar para que Snowden seja perdoado, uma vez que agiu unicamente em defesa do interesse público. 
  • Eren Keskin (Turquia) - Advogada e antiga diretora de jornal, Eren Keskin tem sido uma voz crítica do Estado turco há décadas. Há 11 anos, um dos seus discursos enfureceu as autoridades, pois acusou o Estado de “assassinar uma criança de 12 anos de idade”. Por isto, foi condenada em 2014 por "insulto ao Estado turco". Eren tem já mais de 100 acusações por falar livremente e denunciar abusos de direitos humanos na Turquia. Vamos exigir que Eren não seja presa, e que todas as acusações sejam retiradas.
  • Shawkan (Egito) - Mahmoud Abu Reid (conhecido como Shawkan) estava a fazer o seu trabalho como fotojornalista ao cobrir uma manifestação a 14 de agosto de 2013 no Cairo, quando assistiu e registou a intervenção brutal das forças policiais. Quando a polícia descobriu que Shawkan era jornalista, prenderam-no. Amarraram-lhe as mãos com cabos de plástico que acabariam por cortar a pele e ensanguentarem os pulsos. Foi brutalmente agredido. Hoje, 3 anos depois, encontra-se detido na conhecida Prisão de Tora, no Cairo, e, embora tenha contraído Hepatite C, tem-lhe sido negado qualquer acesso a tratamento médico. “Fotografar não é um crime”, disse. Vamos apelar ao Egito para retirar todas as queixas contra Shawkan e a libertá-lo imediatamente.

A tua assinatura tem o poder de contribuir para um mundo em que os Direitos Humanos são usufruídos em plenitude por cada vez mais pessoas, nomeadamente nestes casos que este ano a Amnistia Internacional apresenta. Assim, participa activa e entusiasticamente na campanha que a tua biblioteca escolar vai organizar.

Para saberes mais sobre esta campanha da Amnistia Internacional, por favor, clica aqui.

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