Escrito em 1995, por quem?
(...) Já se tinha afastado muito de onde havia deixado o marido e os companheiros, cruzando e recruzando ruas, avenidas, praças, quando se encontrou diante de um supermercado. Lá dentro o aspecto não era diferente, prateleiras vazias , escaparates derrubados, pelo meio vagueavam, a maior parte deles de gatas, varrendo com as mãos o chão imundo, esperando encontrar ainda algo que se pudesse aproveitar, uma lata de conserva que tivesse resistido às pancadas com que tentaram abri-la, um pacote qualquer, do que fosse, uma batata, mesmo pisada, um naco de pão, mesmo feito pedra…
(…) Olhou em redor, o que ainda houvesse de aproveitável estava a ser disputado no meio de socos…e empurrões que não escolhiam entre amigos e adversários, sucedendo às vezes que o objecto da peleja se lhes escapava das mãos e jazia no chão à espera que alguém viesse tropeçar nele…
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