A VOZ DOS ALUNOS (3)

Violência Doméstica


A Claudette, uma mulher de 30 anos, era muito reservada, muito calada, muito sozinha. Era bonita, muito bonita mas contudo a vida nunca foi um mar de rosas para ela, a mãe morrera teria ela os seus 10 anos, o pai fugiu porque não sabia lidar com a morte da mulher e a Claudette ficou à guarda da avó. A avó sempre fez tudo para que a neta tivesse uma vida dita normal, mas nada lhe tirava o desgosto de ter perdido os pais.

Quando entrou para a universidade, a Claudette ficou interessada num rapaz, mas não o sabia demonstrar, foi-se aproximando dele e até chegou mais tarde a dizer-lhe o que sentia. O rapaz, que se chamava Marco, não expressou qualquer tipo de sentimento, mas a verdade é que também tinha uma atração por ela.

Não foi preciso muito tempo para se desenrolar uma bela história de amor, ou pelo menos aparentava ser, mas como se costuma dizer “por trás de um grande sorriso, há uma enorme tristeza.”

Marco era um rapaz ciumento, muito ciumento até e para além de ciumento era possessivo e não permitia qualquer tipo de contacto entre a Claudette e outro rapaz. Com o passar do tempo esta situação ficou grave. Ele fazia uma cena de ciúmes por tudo e por nada e apesar de farta, Claudette não conseguia pôr um fim àquela relação. A situação com o passar dos anos foi melhorando até que casaram.

Se Marco era possessivo durante o namoro, quando casado com Claudette era exageradamente possessivo.

Sou amiga dela há muito tempo e lembro-me de uma situação que se passou comigo. Ela estava em minha casa e nisto, Marco achou que era um abuso da parte dela, sair de casa para ir ter com uma amiga e agrediu-a mesmo ali á minha frente.

Claudette nunca me contou nada daquilo que se passava na relação deles, mas vim a saber depois que esta situação se vinha a passar desde há muitos anos.

Infelizmente, como em muitos casos, Claudette já não está cá hoje para poder fazer queixa do marido. Marco acabou por levá-la à morte… Sei que no fundo era essa a vontade de Claudette: morrer, em vez de sofrer.

Querida Claudette, eternas saudades tuas!

Bruna Filipa Ferreira Carneiro, 10.º D

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