Poema pacto de sangue
Nobres há muitos. É verdade.
Verdade. Homens muitos. É muito verdade.
Verdade que com um lenço velho
As nossas mãos foram enlaçadas.
Nós, como aliados eu digo.
Panos, só um, tal qual afirmo.
A lua ilumina o meu feitio.
O sol ilumina o aliado.
Água de Héler! Pelo vaso sagrado!
Nunca esqueça isto o aliado.
Juntos, combater, eu quero!
Com o aliado, derrotar, eu quero!
A lua ilumina o meu feitio.
O sol ilumina o aliado.
Poderemos, talvez, ser derrotados
Ou combatidos, mas somente unidos.
Trad. de Ruy Cinatti (*)
* durante uma das estadas em Timor, Ruy Cinatti celebrou um pacto de sangue com o chefe de uma linhagem timorense. Por isso, daí em diante, segundo os usos e tradições de Timor, passou ele próprio a ser simultaneamente português e timorense, facto que nunca esquecia (Mello Breyner Andresen, 1991).
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